Não muito tempo atrás era possível obter 10% de rendimento ao ano com uma aplicação extremamente conservadora, como um Fundo DI ou um título do Tesouro. E isso não acontecia à toa: a Taxa Selic estava um pouco acima dos 14% em meados de 2015, e isso significava que bastava um “assessor de investimentos” recomendar a aplicação em títulos do tesouro lastreados na Selic (a antiga LFT) que Voilà: a carteira do cliente feliz e satisfeito rendia pouco mais de 10% ao ano, já retirada a enorme taxa de administração que reinava naquela época, assim como impostos que incidem no resgate.
A palavra assessor no parágrafo acima está com aspas propositalmente, como o leitor deve ter percebido. Notem como era fácil atingir um rendimento de dois dígitos por meio da aplicação em títulos de baixíssimo risco. Sabendo disso, uma parte desses assessores sujaram o nome de seus pares no mercado: começaram a oferecer produtos péssimos para o cliente, mas ótimos para a instituição que trabalhavam. Em época de bonança – entenda-se juro real estratosférico – o cliente dava a sua colher de chá, pois o restante da sua carteira estava rendendo muito bem. Afinal, como diz a clássica frase de Warren Buffet, “você só descobre quem está nadando pelado quando a maré é baixa”: com uma taxa de retorno cada vez menor, tomar a decisão correta torna-se mais e mais importante para o longo prazo.
Na medida que o juro começou a cair, no início do segundo semestre de 2016, certas atitudes desses denominados assessores de investimentos passaram a não ser mais toleráveis, como, por exemplo, empurrar o famigerado e conhecido título de capitalização para o cliente. Você lembra disso? Pouco a pouco, esse papo não colava mais.
O fato é que o cliente médio começou a duvidar desse profissional, embora, vale ressaltar, existam mesmo excelentes assessores no mercado. Mas vale a máxima: para construir uma reputação demora uma vida, mas para destruí-la, basta apenas um deslize.
Agora, em um momento de “vacas magras” no qual os investimentos conservadores estão rendendo 4% ao ano nominalmente e é próxima de zero a taxa real (excluindo a inflação), o investidor médio está mais perdido do que nunca. Afinal, como diversificar a sua carteira de investimentos ajustado ao seu perfil de risco? Como alocar suas reservas obtidas ao longo de tantos anos de forma a não comprometer seu patrimônio financeiro?
Essas são questões facilmente respondidas por um assessor sério, que visa o bem-estar do cliente. Com a maré-baixa dos retornos da renda fixa, ficou bem mais fácil identificar os profissionais que de fato estão trabalhando para o cliente e quais deles ainda permanecem com foco apenas no retorno para a instituição financeira. Felizmente, esses assessores picaretas estão perdendo espaço, graças a uma “seleção natural” do mercado, que já não compactua com esse tipo de comportamento.
Por isso, fazemos um apelo: dê uma segunda chance para o seu assessor de investimentos. O investidor está navegando em águas turbulentas, no qual promessas de rentabilidade irreais aparecem no horizonte e confundem o marinheiro. Com o auxílio do seu assessor, que conhece melhor os movimentos das águas e os riscos para a embarcação, pode te guiar melhor para que você atinja o seu objetivo financeiro.